• Campanha de Eucerin para mulheres inclui depoimentos da trans Sasha Vilela

    Cheil para Eucerin, com Sasha Vilela

    A primeira campanha de um novo produto da Eurecin para mulheres, criada pela agência Cheil, incluiu, entre depoimentos de várias usuárias, o da trans Sasha Vilela.

    Publicidade
    Publicidade
    Publicidade
    Publicidade
    Publicidade

    Ela não apenas participa do comercial que irá ao ar na mídia, como em vídeos nas redes sociais da marca.

    Sasha Vilela, vale destacar, é publicitária e criadora de conteúdo, com passagens por agências como WMcCann e Mutato. Em seu perfil no Linkedin, sobre a campanha, chegou a declarar que ficou “feliz por poder, enquanto travesti preta, falar sobre saúde da pele, sobre beleza, sobre bem estar, sobre se sentir bem e confiante, lugares que sabemos que as grandes marcas de cosméticos ainda não incluem e fazem se sentir pertencentes mulheres como eu”.

    A Janela conversou com a diretora de criação da Cheil, Vanessa Jansen, que contou que o convite a Sasha partiu do próprio cliente, que indicou para a produção mulheres reais usuárias do Anti-Pigment Sérum Ultraleve, que promete redução da hiperpigmentação.

    E a agência inclusive assumiu a história de Sasha, ao colocar, no título que abre seu vídeo individual, a frase “Quando você muda a sua pele também se transforma”.

    A criação da campanha da Cheil para Eucerin foi do redator carioca Ivan Simas e do diretor de arte Vitor de Avila, com os comerciais dirigidos por Made Picchi, para produtora 7 Filmes. E, na aprovação, esteve Rodrigo Fraga, diretor de marketing da Eucerin.

    Casos raros

    A presença de mulheres trans na propaganda de produtos comerciais ainda está longe de ser um acontecimento corriqueiro. Em 2015, a Lola Cosmetics anunciou que havia contratado Maria Clara Araújo para estrelar a campanha da coleção Oh!Maria, no que chegou a sair na mídia que seria a primeira garota-propaganda trans do Brasil.

    Com homem trans há o registro, em 2018, de um comercial da Propeg para o Grupo Gay da Bahia — e que levou Prata em Cannes — contando a história de um pai trans e seu filho. E em 2020 foi a vez de Thammy Miranda surgir na campanha do Dia dos Pais da Natura, gerando muita polêmica nas redes sociais.

    Polêmica também havia ocorrido em 2017, quando a empresa de cosméticos “Pedaços de Amor” usou a foto de um travesti urinando em pé em um banheiro masculino, com o título “Pirataria é Crime!”, em um outdoor para o Dia Internacional da Mulher. Uma mulher trans, inconformada com a imagem, entrou na justiça acusando o anunciante de campanha publicitária discriminatória e o juiz Gustavo Henrique Bretas Marzagão, da 35ª Vara Cível do Foro Central Cível de São Paulo, condenou a empresa a pagar uma indenização por danos morais, no valor de R$ 5 mil.

    Pedaços de Amor: Pirataria é crime
    Loja “Pedaços de Amor” foi multada por publicidade discriminatória.

    Os últimos registros no Brasil, que localizamos, foram de 2019, com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) fazendo uma versão do comercial “Primeiro Sutiã” com uma garota trans, em produção da Madre Mia Filmes. E, no mesmo ano, a Shell contando a história de uma caminhoneira trans, a Afrodito.

    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

    Comentários

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


    arrow
    ×